
A verdadeira natureza do Homem - segundo “Stanford Prision Experiment”
- bach2psychology
- Oct 17, 2023
- 2 min read
Updated: Apr 30, 2024

Daniel Culp: "I know you're a nice guy."
Christopher Archer: "So why do you hate me?"
Daniel Culp: "Because I know what you can become."
O filme "Stanford Prision Experiment" aborda a controversa experiência conduzida, em 1971, pelo psicólogo Philip Zimbardo, onde estudantes da universidade, perto dos 18 anos de idade, fingem ser prisioneiros ou guardas prisionais, durante 2 semanas, em troca de 15 dólares. Porém, o procedimento fica fora do controlo ao fim de apenas 6 dias, terminando.
Neste post, vamos elaborar a evolução da personagem Christopher Archer, um dos guardas prisionais. Este, apesar de ter recebido as mesmas instruções que o resto dos guardas, assumiu imediatamente o controlo da situação, tendo-lhe, por isso, sido atribuída a alcunha de John Wayne.
Perante a instrução de que, sem haver recurso à violência física, os guardas deveriam fazer os prisioneiros sentirem-se num ambiente prisional e reprimido, Christopher assume as rédeas do seu turno. Assim, é através de "pequenas" provocações psicológicas que este guarda se destaca perante os outros, na medida em que consegue levar os prisioneiros ao seu limite psicológico.
Entre estas ações, destacam-se as seguintes: fazer com que cada prisioneiro repita o seu número sucessivas vezes, de modo a irem lentamente esquecendo a sua verdadeira identidade; acordar os prisioneiros a meio da noite para realizar exercícios físicos, como forma de lhes retirar a noção da passagem do tempo, assim como de reafirmar o controlo dos guardas em relação aos mesmos.
No final do filme, há um curto clipe que demonstra um diálogo entre Christopher e Culp, um dos prisioneiros, após o término da experiência, onde ambos discutem o que aconteceu e como se sentiram.
Após Culp questionar Archer sobre o porquê da sua brutalidade perante os prisioneiros, o guarda revela que esteve, durante a simulação de Zimbardo, a conduzir a sua própria experiência. Na realidade, Christopher pretendia concluir até que ponto é que as pessoas conseguiam aguentar tal nível de violência psicológica e verbal sem o travar. A resposta à sua questão resume-se a que, assim que uma pessoa é detentora do poder, as restantes ao seu redor aceitarão o tratamento por ela praticado, ainda que lhes seja prejudicial.
Em suma, este filme, e em especial a personagem Christopher Archer, revela não só um grande abuso e violência a nível psicológico e físico, mas também algo intrigante sobre a natureza do Homem: a capacidade de, em posse de autoridade, se causar dano a outro ser humano sem que se seja impedido e confrontado está, independentemente do contexto, bastante presente na nossa espécie.
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